quarta-feira, 25 de maio de 2011

Oferta de Cursos de Verão de Tradução pelo Centro de Estudos Anglísticos

Pois é, ainda não acabámos este... e já estou a tentar meter-vos noutro(s).

Gostaria de apelar à particiapção e / ou divulgação dos cursos de Verão oferecidos a partir do último dia de Maio pelo Centro de Estudos Anglísticos. Alguns cursos estão especialmente vocacionados para a formação de tradutores. Além do workshop de tradução de poesia que irei orientar, em colaboração com um programa literário internacional que trará alunos americanos de escrita criativa à FLUL bem como o poeta Frank Gaspar (http://www.dzancbooks.org/storage/ilp/index.html), teremos grandes professoras e profissionais reconhecidas no mercado a leccionarem Inglês para Medicina e Inglês Jurídico. Os cursos são creditados e dão direito a certificado. Há também um aliciante workshop de escrita criativa, uma formação inovadora em Narrativa e Medicina, um curso de Inglês Académico (eu já tirei e recomendo!), outro para os gestores e produtores das artes e um curso de História da Língua Inglesa para actuais ou futuros professores... Tudo em http://englishsummercourses.yolasite.com/
 

domingo, 15 de maio de 2011

Para dissipar dúvidas... e outros esclarecimentos

Estimado(a)s aluno(a)s,
depois de ter abordado a nossa especialista Prof. Alexandra Assis Rosa com algumas dúvidas que me surgiram em aula, e a vós também. Venho esclarecer que os caracteres são contados COM espaços. Peço desculpa pela confusão gerada, dando-se o caso de o programa de legendagem que recebe o tradutor já vir pré-definido para não se perder tempo a proceder a essa contagem. Para fins de exercício, no entanto, ela tem de ser feita...
Sobre a segmentação de legendage em sintagmas S / VO ou SV /O, como vos disse o melhor é tentar não separar qualquer deles, mas costuma ser mais frequente partir o primeiro visto normalmente deixar mais espaço preenchido na segunda linha.
Sobre o tipo de letra usado em legendagem, normalmente não há referência a este nos parâmetros enviados pelos clientes, embora haja estudos em curso sobre o tipo de letra mais legível.
Slides seleccionados das duas aulas da Professora Alexandra Assis Rosa (de 5 e 17 de Maio) serão disponibilizados a partir de amanhã na reprografia verde. Entretanto, aqui ficam os da aula de 12 de Maio

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Nova citação para comentar (preparação para 2º teste)

"A Tradução Audio-Visual é aquela onde mais depressa se encara o desafio da passagem de uma push-technology para uma pull-technology"
- Josélia Neves

Powerpoint da aula sobre Tradução Audiovisual (5 de Maio)

Olá, a professora Alexandra Assis Rosa enviou-me uma selecção dos slides apresentados na aula de 5 de Maio. No entanto, a qualidade dos mesmos não me permite transferi-los para imagem e publicá-los aqui, pelo que foram postos na plataforma moodle em http://elearning.ul.pt/mod/forum/discuss.php?d=3104

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Legendagem - próxima aula e Mrs Doubtfire

Olá,
já está no moodle o template de legendagem de Mrs Doubtfire, e podem fazer o dowload aqui

A próxima aula, dia 10 de Maio, aproveitará a conferência da Prof. Josélia Neves. Assim, esta inicia-se às 10h00 na disciplina de Teoria de Tradução da Prof. Teresa Seruya e estende-se até às 13h00 no anfiteatro III. Seguidamente, iremos para o anfiteatro IV continuar os trabalhos com a Prof. Alexandra Assis Rosa.

terça-feira, 26 de abril de 2011

aula de 5/05: guião de leitura de Rosa, "Questões em Tradução Audiovisual"; 2009

1. Quais as diferenças fundamentais, ao nível da apresentação de TP e TC, entre legendagem, dobragem, sonorização e narração?

2. Qual a quantidade, em média, de linhas, caracteres, e tempo de exposição de uma legenda?

3. Em que casos pode a legendagem servir a tradução intralinguística?

4. Para que serve o "time code"?

5. Comente as principais alterações nas etapas de tradução audiovisual, que vieram a ocorrer com a difusão de novos suportes e tecnologias.

6. Quais as estratégias usadas para a condensação em legendagem e porque é esta necessária?

7. Considera que um tradutor audiovisual é um tradutor técnico? Justifique.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Citação para comentar durante período de Páscoa


"although the process of translating obviously always precedes its product ... in time, it turns out that from the semiotic point of view, the (potential) product, and especially its (prospective) position and functions in the target system, should be assigned precedence over the process."


In: Toury, Gideon. 2010. “Translation: a Cultural-Semiotic Perspective” in: Sebeok, Thomas A. et al. (Eds.), Encyclopedic Dictionary of Semiotics, Berlin/New York/Amsterdam:Mouton de Gruyter. 1136.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Criação de páginas traduzidas da wikipedia

Aqui podem deixar, na caixa de comentários, os links para as páginas que forem criando. Esqueci de dizer em aula que convém criarem uma conta, para poderem ser identificados com um nome próximo do vosso e o trabalho contar para avaliação: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Especial:Entrar&returnto=Wikip%C3%A9dia:P%C3%A1gina_principal
No portal comunitário, podem fazer um pedido de tradução, http://pt.wikipedia.org/wiki/Ajuda:Guia_de_tradu%C3%A7%C3%A3o#Tradu.C3.A7.C3.A3o_de_artigos

Aqui têm o guia de como traduzir: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Tradu%C3%A7%C3%A3o/Traduzindo

Aqui o livro de estilo (onde, por exemplo, se recomenda que os títulos das entradas só tenham maiúscula na primeira palavra): http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Livro_de_estilo

e aqui alguns conselhos úteis sobre Tradução: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikip%C3%A9dia:Tradu%C3%A7%C3%A3o

Mais a página criada pela professora: Comunicação mediada por computador

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Tradução num mundo digital (trabalho adapatado de Rui Costa, Ricardo Boavista, Yona Silva e Marta Ferreira)


A comunicação mediada por computador (CMC) é a informação que liga dois indivíduos através da transmissão de dados em rede de computadores. Estes dados podem classificar-se em 3 grupos de textos: textos de referência (informação em html, transmitida em websites), textos de comunicação (emails) e textos interactivos (chats) Os dados de comunicação mediada por computador também podem ser classificados em termos de assíncrono (por exemplo: Web e email) e síncrono (chat)..
A localização Web é, de acordo com O’Hagen e Ashworth (2002), uma das áreas de maior crescimento no sector da tradução. Trata-se do processo de recriação de um Web site numa língua diferente. Originalmente o termo era utilizado no contexto da criação de versões regionais de um software para computador. Os suportes digitais vieram introduzir novas possibilidades à tradução. É de salientar o papel da memória de tradução (MT) e a tradução automática (TA), sendo ambas tecnologias desenvolvidas especificamente como uma forma de ajudar na realização de traduções em suporte digital. A memória de tradução (MT) é uma tecnologia que se revelou útil para processar mensagens verbais que requerem actualizações frequentes (Por exemplo: Grandes manuais de aeronáutica e equipamento pesado). Ao comparar um texto novo com a sua versão anterior o programa separa os elementos textuais que devem ficar intactos e os que devem ser actualizados, permitindo assim a reutilização do conteúdo que se manteve igual e a substituição do conteúdo que sofreu uma actualização. Por sua vez, a tradução automática (TA) é uma tecnologia que permite aos utilizadores acederem a uma tradução de máquina, ainda que esta só venha a obter algum grau de fidedignidade quando os conteúdos foram previamente editados (pré-edição), obedecendo a construções linguísticas controladas.
Tradução e interpretação estarão cada vez mais interligadas no futuro devido à multimodalidade inerente à internet, e ao crescimento exponencial da comunicação síncrona. O teletradutor beneficiará de ferramentas digitalmente desenvolvidas, tais como dicionários em CD-ROM, as memórias de tradução já aludidas, bases terminológicas e vários tipos de programas de processamento de texto e editoral electrónica (DTP – desktop publishing).
Glossário
3G (3rd generation mobile telecommunications): tecnologia de rede móvel capaz de efectuar transmissões em banda larga. Esta tecnologia permite ao seu utilizador aceder à Internet em qualquer lugar onde tenha acesso à rede e muitos afirmam que esta tecnologia contribuiu bastante para o nascimento da era da Internet portátil. É bastante relevante para a actividade do tradutor/intérprete pois esta tecnologia permite o envio de vários conteúdos digitais, incluindo comunicação de voz e videoconferência, criando possivelmente a necessidade de interpretação remota, algo exigido pela distribuição geográfica das partes, e algo possível graças à extrema portabilidade dos aparelhos equipados com esta tecnologia.

McEnglish – inglês com propriedades estilísticas e sintácticas extremamente simplificadas, léxico reduzido e extensões gráficas e icónicas, derivadas principalmente da variedade americana.

Motor de busca: Um motor de busca é um programa de software que permite a busca de informação na World Wide Web ou em servidores FTP. De acordo com Araújo (2005) a forma como o tradutor usa esta ferramenta pode ser considerada como um estratégia tradutora, pois o motor de busca permite ao tradutor pesquisar se o uso que deu a uma determinada unidade está correcto, assim como pesquisar o uso de alguns aspectos lexicais e sintácticos.
VOIP – Voice Over Internet Protocol – transmissão de voz via Internet, permitindo comunicação interpessoal e entre múltiplos actores.

Tradução de anúncio de Mubarak para Correio da Manhã (trabalho de Marcos e Freddy)

 Como Texto de Partida os colegas escolheram uma notícia do jornal TIMES, o qual será divulgado amanhã, mas entretanto podem comentar acerca dessa escolha (em que medida as características do Times correspondem às do Correio da Manhã) bem como acerca de opções que, para já, vos pareçam dignas de nota.


quinta-feira, 24 de março de 2011

Aula de 07/04: Tradução num Mundo Digital

Guião 1, primeira parte (Rui Costa e Ricardo Boavista):

1. O que é a localização web?

2. Que novas possibilidades oferecem à tradução os suportes digitais?

3. Comente a frase: “language continues to be a principal obstacle to full globalization”

4. Escolha três termos do glossário oferecido pelos autores, investigue um pouco mais sobre eles, e especule sobre as suas implicações para a actividade de tradução.
 

Guião 2, segunda parte (Yona Silva e Marta Ferreira)


1. Defina o que é o modo CMC e McEnglish:

2. Procure explicar sucintamente as alterações de paradigma previstas no quadro 9.1., ou expresse as suas dividas relativamente às que não percebe.

3. Por que razão se prevê, no futuro digital da tradução para os média, uma crescente mistura dos conceitos de tradução e interpretação?

4. Em que é que o trabalho de um teletradutor difere do de um “tradutor da velha escola”?

terça-feira, 22 de março de 2011

Tradução e Jornalismo (Susan Bassnett 2009)


A transmissão internacional de notícias é um fenómeno em que a globalização se torna dependente da tradução, mas onde paradoxalmente esta é muitas vezes submersa pela rápida circulação global.
A tradução é inseparável da prática jornalística, sobretudo ao nível das agências noticiosas
, as quais desenvolveram redes globais que lhes permitem recolher e distribuir informação para todo o mundo de forma rápida e eficaz. Fazem-no, por um lado, através de jornalistas globais, ou correspondentes internacionais, geralmente destacados para postos no estrangeiro por períodos de cerca de comcp anos. Representando a sua sede nacional, estes jornalistas produzem notícias sobre o país em que estão destacados para a língua doméstica de onde provêem, podendo também traduzir notícias de outras fontes noticiosas para a agência que os emprega. Os jornalistas locais, por outro lado, são contratados pelos escritórios e departamentos que as agências mantêm nos diferentes continentes, não estando directamente ligados à sede da agência, escrevem notícias na sua língua materna e traduzem-nas de outras línguas tornando-as acessíveis ao mercado local. Esta estrutura dualista reduz consideravelmente a necessidade de traduções, pois assim as agências noticiosas conseguem minimizar o tempo de circulação de notícias mundialmente, em diferentes línguas e para mercados diferentes.
O trabalho de um correspondente internacional corresponde muitas vezes a uma fórmula instrumental e calculista, equando o correspondente não está familiarizado com a língua e/ou com a cultura do país para a qual foi destacado, a produção de notícias reduz-se à passagem de
informação, sobretudo daquela que se possa obter de falantes de “inglês internacional”, sem que se tenha em conta os sentidos e significados culturais.
O que faz com que a tradução noticiosa seja diferente de outros tipos de tradução? O principal objectivo dos tradutores de notícias é transmitir informação
, sendo que a linguagem utilizada deve ser sempre clara e directa pois traduzem para um público vasto. Por outro lado, traduzem para um contexto geográfico, temporal e cultural específico e trabalham com limitações de espaço e de tempo. Fazem também, geralmente, retroversões e revisões.
Dentro deste contexto, Karen Stetting propôs o conceito de transedição, considerando a transformação das fontes operada por qualquer texto de chegada em jornalismo. Na verdade, o processo de adaptação das notícias ao contexto sócio-cultural no qual serão veiculadas não é muito diferente do processo de edição através do qual as notícias são verificadas, corrigidas e até mesmo modificadas de modo a que fiquem prontas para publicação. Para o jornalista, traduzir e editar geralmente fazem parte do mesmo processo, sendo que a tradução de notícias não tem, de todo, que manter a essência existente no texto de partida, permitindo um papel intervencionista. A objectividade sobrepõe-se à fidelidade, ao contrário da tradução literária, ou seja, o tradutor tem como objectivo principal fornecer informação sobre determinado acontecimento de forma clara e concisa podendo, desta forma, separar-se do(s) texto(s) de partida, recorrer a textos intermediários e fazer as alterações que achar necessárias ao texto de chegada.
A intervenção operada pela tradução e edição em textos noticiosos é passível de ser analisada em termos das mudanças mais frequentes:
- mudança de título e subtítulo
para uma maior compreensão por parte do público-alvo, ou segundo os requisitos de uma determinada publicação
- informação suplementar relativa a contexto cultural
que seja desconhecido do público-alvo
- eliminação de informação considerada desnecessária ou redundante para determinado público-alvo
mudança da ordem dos parágrafos
de acordo com pressupostos de relevância num novo contexto ou publicação
- condensação
Estas mudanças associam-se, portanto, a critérios de relevância e grau de conhecimento contextual anterior por parte do público-alvo. 
As alterações que podem ser efectuadas durante a tradução criam um novo texto destinado a funcionar como notícia para um público diferente, com uma língua diferente, pelo que no campo da tradução noticiosa não existe um dever de preservar a essência do texto original, nem de o traduzir nos mesmos moldes do original.
A equivalência ou sentido equivalente aplica-se nas traduções de textos culturais; no caso das notícias que são consideradas textos práticos este critério não se aplica porque são sempre susceptíveis de serem alteradas. O texto muda segundo uma alteração de ponto de vista que tolhe este conceito de equivalência
Cada género possui um modo específico de ser traduzido. Os textos jornalísticos podem ser divididos em textos de género informativo (as informações noticiosas, que contêm descrições factuais de acontecimentos), género interpretativo (as reportagens, nas quais a informação é seleccionada, interpretada e narrada pelo jornalista) e género argumentativo (os artigos de opinião nos quais o estilo pessoal do autor prevalece). Os textos de género informativo, nos quais o estilo pessoal do autor é reduzido ao mínimo, permitem ao tradutor uma maior intervenção e alteração do texto original; em contraste, os textos de género argumentativo não dão ao tradutor muito espaço para fazer alterações, pois este deve ser o mais fiel possível ao texto de partida, mantendo o estilo pessoal do autor. A tradução do género argumentativo é a que mais se aproxima da tradução literária.
A construção de textos noticiosos rege-se normalmente pelo “método da pirâmide invertida”, obedecendo a princípios de rapidez e hierarquia, ou seja, os elementos da notícia devem ser escritos em ordem decrescente de importância para que a informação crucial venha primeiro e seja desenvolvida nos parágrafos seguintes com adição de informação secundária.
A pirâmide invertida permite que a notícia seja dividida em bocados que podem funcionar independentemente para que se possa facilmente alterar a sua ordem conforme o objectivo que se quer atingir.
O papel da tradução na produção de notícias é invisível, não só por causa da necessidade de adoptar uma estratégia que valorize a fluidez e esconda a sua intervenção, mas também devido ao facto da tradução ter sido integrada no jornalismo.
Trabalho por: Filipa Farrolas, Jorge Figueiredo, Mafalda Florência e Nuno Silvério

segunda-feira, 21 de março de 2011

Para fazer um comentário (comparação do anúncio Seiko com tradução de Ana Viegas

No quadro, encontram exemplos dos vários parâmetros de análise para fazerem um comentário de comparação entre texto de partida e texto traduzido:
- a preto, elementos / características (no caso, textuais, mas podiam também ser contextuais)
- a azul claro, estratégias, que também se podem conjugar com universais / tendências deformantes
- a verde, comentário com base no conhecimento da língua/cultura de chegada
- a vermelho, problemas que transparecem no texto de chegada
- a azul escuro, erros
Pensando nestes vários pontos de abordagem, referindo exemplos concretos, convido-vos mais uma vez, a fazer, a partir das diferentes versões do anúncio Seiko, um tipo de exercício que vai sair no teste, i. e. comentar as diferenças entre TP e TC.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Para comentar, tradução do anúncio "The Age of Discovery" da Seiko (por Ana Viegas)


A ERA DAS DESCOBERTAS

A Seiko relembra as façanhas eternas

Gigantescos monstros marinhos. Semana após semana em alto mar sem avistar terra. E o medo constante de navegar por onde o mar se acaba. Um breve exemplo das dificuldades e receios que os navegadores de séculos passados enfrentaram.
Hoje, a Seiko celebra a coragem destes navegadores com o relógio de calendário perpétuo. Um atraente desenho cartográfico na face do relógio é complementado pela gravura de uma embarcação no verso. Mediante este inteligente CPU-IC, o calendário fornece as datas e os dias da semana de 1400 a 2499 a. C, um período de 1100 anos, de longe o maior espaço de tempo coberto por um relógio-calendário. Ao oferecer-lhe o passado, o presente e o futuro num único relógio, a tecnologia Seiko antevê uma nova e promissora era de exploração.
Viva de novo a Era das Descobertas e viae de encontro ao futuro, com Seiko.

SEIKO
Patrocinador Oficial de 2ª Edição dos Jogos Olímpicos
 

Universais de Tradução (powerpoint)




Normas de Tradução (powerpoint)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Comparação anúncio "The Age of Discovery" / "La Era del Descubrimiento" (Baubeta 1995)

Actualmente, muitos são os países que aceitam publicidade de alta qualidade produzida noutro país, como é o caso da publicidade da Seiko, empresa japonesa que exportou para o mundo o tema “The Age of Discovery”, relembrando a Era das Descobertas.
Na análise dos subtítulos dos anúncios, Baubeta salienta o facto de a versão inglesa usar o artigo definido (“Seiko recalls the heroic deeds that live in perpetuity”), particularizando as acções heróicas, ao passo que a versão espanhola é menos específica e, ao omitir este artigo, não esclarece quais as acções que estão a ser relembradas. Também se verifica o uso da estratégia sintáctica de mudança do tipo de unidade nos seguintes excertos: “heroic deeds” é traduzido por “gestas”, sendo o complemento directo no texto espanhol realizado por um substantivo (em lugar do sintagma de modificador + nome) que transmite  acções heróicas e/ou conquistas épicas e está associado aos “cantares de gesta” medievais; e a oração relativa “that live in perpetuity” é traduzida pelo modificador “inmortales”, adjectivo que permite o uso de uma única linha como subtítulo, centrando-o.
Outra diferença é a preferência da língua inglesa pelo uso de frases passivas “Today, these people’s courage is celebrated”, e da língua espanhola pelo uso de frases activas “Hoy, Seiko celebra el coraje de aquellos navegantes”, estratégia sintáctica de mudança de estrutura oracional (a autora defende que se tivesse sido mantida a passiva, a marca Seiko teria desaparecido, pelo que a voz activa, além de topicalizar a marca, ainda a aproxima de “Hoy”, realçando a sua modernidade). Finalmente, a transposição (estratégia sintáctica), presente em “Sea monsters one hundred metres long”, cujo complemento adjectival é transposto para um adjectivo pronominal em “Colosales monstruos marinos”, reflecte uma estratégia semântica de hiperonímia (num estilo também hiperbólico) em detrimento da medida métrica.
O passo “By bringing you the past, present and future, in one watch, Seiko technology foretells a promising new era of exploitation” é traduzido por “Poniendo el pasado, el presente y el futuro en un reloj, la tecnología Seiko nos adelanta una nueva e prometedora época de exploración y descubrimientos”. Enquanto a versão inglesa usa a 2ª pessoa do singular – o consumidor, a versão espanhola prefere a 1ª pessoa do plural. Quanto ao uso de metáforas, ambas versões são bem sucedidas, porque, apesar de ser lógico não se poder colocar o passado, o presente e o futuro num relógio, estes tempos são dados pela gravura no verso, pela possibilidade de comprar, ou não, o relógio, e pelo desenvolvimento tecnológico que ainda está para vir. Ainda, no que concerne à tecnologia, a versão inglesa mostra a tecnologia Seiko como a tecnologia, enquanto na versão espanhola o artigo definido “la” individualiza e particulariza, função reforçada pelo adjectivo (pois, aqui, Seiko aparece como qualificador da tecnologia). Finalmente, verifica-se o uso de metonímia nas duas versões, em que o relógio representa a empresa com todas as suas pesquisas e avanços tecnológicos; aliás, a versão espanhola vai mais longe com a escolha do verbo “adelanta”, cujo significado se relaciona com “una nueva e prometedora época” e com “el futuro”, e com o acrescento de “Descubrimiento”, criando coesão com o título.
É de salientar o uso da forma de tratamento informal de 2ª pessoa – , que considero correcta, já que o povo espanhol prefere esta forma de tratamento em praticamente todas as circunstâncias e os verbos “vuelve” e “aventúrate” ainda pedem acção): é a glória do passado e os riscos e entusiasmo do futuro.
Ana Margarida Viegas 41216

Universais da Tradução (Baker 1998)

Os Universais de Tradução são características linguísticas que ocorrem tipicamente em textos traduzidos (TC). Baker (1993:243) afirma que estes são independentes da especificidade das línguas do par no processo de tradução. Assim sendo, os universais de tradução consistem em seis características comuns nos textos traduzidos, que são as seguintes:
1) Simplificação,
2) evitar repetições do texto de partida (TP),
3) explicitação,
4) normalização,
5) empréstimo (transferência discursiva) e
6) distribuição lexical distinta.

A simplificação lexical é o processo e/ou resultado da redução de palavras, manifestando-se em seis tipos de operações
 1) uso de hiperónimos quando não existem hipónimos na língua de chegada (LC); 
 2) conceitos do texto de partida expressos por aproximação
 3) uso de sinónimos familiares ou comuns; 
  4) transferência de todas as funções de uma língua de partida para o seu equivalente na língua de chegada; 
5) o uso de expressões próximas em vez de expressões traduzidas “à letra” e, por último, 
 6) uso de paráfrase onde existem falhas culturais entre a língua de partida e de chegada. A nível sintáctico
Vanderauwera (1985) refere, ao nível sintáctico, a simplifiação de construções complexas, com substituição de orações finitas por não finitas, e alteração da ordem de orações intercalares.   
No que diz respeito ao nível estilístico, identifica-se a tendência para se abreviarem frases longas, reduzindo ou omitindo repetições e informação redundante e encurtando informação desnecessária.
No que diz respeito ao universal de explicitação, Baker refere exemlos de tradutores que acrescentam informação para ultrapassar barreiras culturais entre os textos de partida e de chegada.
Quanto à normalização, há que atentar na lei da padronização crescente de Toury, segundo a qual as relações textuais do TP são comumente substituídas por relações convencionais no TC.  O bilinguísmo, a idade, o conhecimento e experiência do tradutor, assim como a importância da tradução no contexto cultural poderão influenciar como actua a lei. Toury propõe ainda a seguinte tendência dessa lei: “quanto mais periféricos o estatuto da tradução numa determinada cultura, mais a tradução será ajustada aos modelos e repertórios estabelecidos” (Toury, 1995: 271).
        O universal da transferência discursiva diz respeito às intromissões modelares das construções textuais de partida no texto de chegada, dependendo igualmente da experiência profissional do tradutor e do contexto sócio-cultural em que este se encontra.

Filipe Leite, Inês Sequeira e Manon Stroobandt

domingo, 13 de março de 2011

Análise dos anúncios Coca Cola For Everyone Brasil e Coke For Everyone Around The World


Ao analisar a tradução do anúncio televisivo “Coca Cola For Everyone Around The World” verifica-se uma diferença na duração desse primeiro vídeo e da sua tradução na versão brasileira. Tal pode-se explicar pelo uso das estratégias pragmáticas indicadas por Chesterman e Wagner, entre as quais a de mudança de nível de explicitação; neste caso é usada a implicitação, pois na versão brasileira omite-se informação do primeiro que o público-alvo pode facilmente inferir e ambas as culturas estão familiarizadas com as unidades exibidas.
Em relação ao uso das estratégias sintácticas e semânticas descritas pelo autor, é usada a mudança de unidade, pelo que a unidade “Para os originais”, que no primeiro vídeo aparece a meio, na versão brasileira aparece no fim, podendo estar a destacar algo com essa mudança de organização de unidades, visto que o objectivo desta publicidade é destacar algo positivo acerca do produto. A nível de estratégias semânticas há uma mudança de hiponímia, pois a unidade “For those who love you / For those who love you not / For those who love you a little / For those who love you a lot” desempenha uma relação de hiponímia em relação à unidade do segundo vídeo “Para os que te querem / Para os que não te querem” (embora esta última unidade apareça também no primeiro vídeo, no segundo é apenas essa que aparece e não todas as outras nas várias línguas).
Em termos de elementos não verbais, há uma alteração na sequência cronológica das imagens, talvez para colocar o que se considera mais importante em destaque. Em termos fonológicos, na versão brasileira o ritmo sonoro é constante, a voz é calma e fala com clareza e na versão de partida argentina, nos frames em que se mencionam aspectos mais negativos, o nível de entoação muda para um tom mais grave, solene, para assinalar o tipo de situação representada, e nos nos restantes frames o tom é mais vivo, alegre e nítido.
Existem também semelhanças a nível da escolha das unidades apresentadas nos dois vídeos. As unidades seleccionadas na versão “Coca-cola for Everyone Cosmopolita” comuns à versão brasileira são: “Para os românticos”, “Para os magros, para os gordos, para os altos, para os baixos”, “Para os que te querem, para os que não te querem”, “Para os palhaços”, “Para os educados”, “Para os que riem”, “Para os que jogam”; as unidades diferentes nesta última versão são a do fim, em que estão seguidas as unidades “Para os originais, para nós, para todos”, “Para os que trabalham”, “Para os músicos”, “Para os astronautas”, entre outros.
Reflectindo sobre a versão de Propaganda Recombinante Coca Cola, esta destaca os principais problemas existentes hoje em dia na sociedade, como as doenças, os vícios, as dificuldades físicas existentes em certas idades, procurando chamar a atenção para a realidade e relacionando-a com a publicidade da coca-cola; realça, assim, o nome da campanha “coca cola for everyone” ao abordar os temas no anúncio. Porém, a gravação da voz e a sua entoação não correspondem ao tema da mensagem. Tal acontece para chamar a atenção para a gravidade tratada no anúncio, já que este foca os problemas existentes na sociedade, que causam mais controvérsia hoje em dia.
(no vídeo, a recente versão portuguesa)
Trabalho de Joana Silva e Bruno Matos

quarta-feira, 9 de março de 2011

Análise dos anúncios Coca Cola for Everyone Collection e Cosmopolita

A tradução do anúncio publicitário “Coca-Cola for everyone”, originalmente produzido na Argentina em língua Inglesa, para diferentes línguas e culturas, origina vários tipos de problemas, nomeadamente textuais. A abordagem à sua resolução passa pelo recurso a um conjunto de estratégias: sintáticas, semânticas e, sobretudo, neste caso, pragmáticas. Tendo sempre como base o anúncio original, podemos observar nos restantes anúncios (Filipinas, Malásia, Tailândia, Bulgária, Rússia, Dinamarca, e Noruega) variados exemplos de filtragem cultural. A mais recorrente das estratégias de filtragem cultural é a adaptação do texto à CC, que ocorre a nível verbal e visual. No caso específico da Tailândia existem duas versões do anúncio. Uma mais fiel ao anúncio de partida e outra cujo público-alvo será mais jovem (referências a Hip-Hop e Breakdance, entre outras), dentro da mesma CC.
Nos anúncios em que nos foi possível fazer uma análise completa da tradução (Argentino v2, Filipino e Malaio) podemos identificar:
a-    Uma unidade visual que surge apenas numa das Línguas/Culturas: No anúncio malaio, a alusão à religião Muçulmana, através do uso da imagem de um selo presente numa embalagem local do produto e da utilização da mensagem verbal “For our brothers”;
b-    “Frames” em que a mesma imagem é utilizada em mais de uma Língua/Cultura e com transmissão de uma mensagem verbal diferente: utilização da mesma imagem (selo de reciclável) nos anúncios Argentino, Filipino e Malaio com as mensagens “Para los responsables”, “For the neat” e “For our children”, respectivamente;
c-    “Frames” em que uma mesma mensagem verbal ocorre em duas Línguas/Culturas diferentes, associadas a imagens díspares: a mensagem “for the optimistic” nos anúncios de partida e malaio, através das imagens [garrafa meio cheia] e [caractere que simboliza o optimismo], respectivamente;
d-    “Os Frames” mais comuns a todos os anúncios e as diferenças mais flagrantes de tradução nas mensagens idênticas que veiculam:
1-    O uso de uma imagem de uma garrafa que se assemelha a um disco de vinil com a mensagem “For musicians” e “For the DJ”, noutras versões – Estratégia Pragmática, mudança de Informação;
2-    O uso da lenga-lenga “Mal me quer, bem me quer”, nas suas diferentes versões, dependentes da CC, com a imagem de latas assemelhando-se a uma flor – Estratégia Pragmática, filtragem Cultural
3-    O uso de imagens de diferentes garrafas do produto com mensagem de gordo, magro, alto e baixo, presente em todos os anúncios, sem excepção. No anúncio malaio são alteradas as palavras para obter um melhor ritmo e rima: “For the short, for the tall, for the big, for the small” em vez de “For the fat, for the skinny, for the tall, for the short” – Estratégia sintáctica, mudança de esquema retórico
4-    A referência, através de imagem, a cada país de chegada, com veiculação de mensagem diferente: “For the ones who were here”, “For country” e “For our home” – Estratégia semântica, paráfrase.
É importante referir também que existem outras estratégias pragmáticas, nomeadamente mudanças de dialecto, tanto no anúncio filipino (sequência mal me quer, bem me quer em língua inglesa), como no anúncio malaio (recurso à língua local em algumas passagens do anúncio).
O anúncio “Coca-Cola for everyone” cosmopolita é composto por compilações da mesma mensagem e imagem nas diferentes versões do anúncio para as diferentes línguas e culturas. As sequências mais recorrentes vão de encontro ao acima notado, sendo, por isso, a sua selecção justificada e eficaz, na medida em que é composto, essencialmente, por conceitos universais, reproduzidos em cada uma das diferentes línguas: o amor, a pátria, e características físicas dos humanos.
Gustavo Pinheiro de Lima
Mário Araújo

sábado, 5 de março de 2011

Aula 24/03: Tradução e Jornalismo, Bassnett 2009

Grupo 1
1. Qual a divisão de trabalho de jornalistas globais e jornalistas locais nas agências noticiosas? Que propósitos serve esta estrutura dualista? Em que consite a figura do tradutor local?

2.  O que se pode subentender acerca do trabalho de um correspondente internacional pelo título da autobiografia do jornalista Eward Behr, Anyone Here Been Raped and Speaks English?

3. Que características distinguem a tradução de notícias de outros tipos de tradução?

4. Que realidade(s) abrange o conceito de transedição?

5. Comente o problema da autoria no texto noticioso.

Grupo 2
1. Quais as mudanças mais significativas na tradução noticiosa e quais os dois critérios relacionados que se lhe associam?

2. Comente o problema da fidelidade e da equivalência na tradução de notícias.

3. Qual a relação entre géneros de texto jornalístico e as estratégias ou normas que os podem condicionar?

4. Explicite o "método da pirâmide invertida" na redacção do texto noticioso e as opções estilísticas que lhe estão associadas.

5. Como se explica a invisibilidade da tradução na transmissão de notícias?

Aula de 17/03: Guião de Leitura - Patricia Odber de Baubeta, 1995

1. O texto de partida em inglês apresentado neste artigo pode ser considerado um original? Justifique.

2. Comente a tradução do subtítulo do anúncio, à luz das estratégias de tradução discutidas por Chesterman (e Wagner), 2002.

3. Liste quatro diferenças genéricas entre inglês e espanhol (castelhano) apresentadas neste artigo, procure categorizá-las enquanto "sintácticas", "semânticas" e/ou "pragmáticas", e comente a sua aplicabilidade ao português.

4. Comente o uso conotativo da linguagem no passo do anúncio "By bringing you the past, present and future, in one watch, Seiko technology foretells a promising new ear of explorarion" e na sua respectiva tradução.

5. Julga que a opção pela forma de tratamento informal de 2ª pessoa "tú", na tradução espanhola, é a mais apropriada? Comente

6. Apresente uma tradução do anúncio para português.

Aula 10/03: Normas de Tradução (Baker, 1998)

1. Quais os princípios norteadores dos Estudos Descritivos de Tradução (DTS - Descriptive Translation Studies)?

2.  Qual a posição relativa das "normas" de Gideon Toury relativamente à "competência" (competence) e ao "desempenho" (performance) linguísticos?

3.  Distinga norma inicial de normas preliminares.

4.  Defina os tipos de normas operacionais.

Aula 10/03: Universais de Tradução (Laviosa, 1998)

1. Quais são os universais de tradução?

2. A simplificação pode ocorrer ao nível lexical, sintático e estilístico. Explique, por parlavras suas, os seis princípios de simplificação ao nível léxico-semântico, diga quais as tendências mais verificáveis ao nível sintáctico, e mencione a norma mais persistente ao nível estilístico.

3. O conceito de explicitação de que parte Baker é absolutamente coincidente com o que vimos anteriormente no texto de Chesterman e Wagner? Justifique.

4. Explique a "lei da padronização crescente" (law of growing standardization)

5. De que factores depende a lei da interferência?

6. Dê um exemplo de diferente distribuição dos elementos da língua de chegada no discurso traduzido do inglês para português.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Trabalhos de edição/tradução Receitas de Cozinha

Podem usar a caixa de comentários para discutirem, entre vós, problemas ou dúvidas que vos surjam na elaboração da receita "Gratin Dauphinois" para as publicações em português que couberam a cada grupo.

Comentários Coca-Cola for Everyone

Olá, a seguir ao Carnaval vamos dar um pequeno módulo de tradução e publicidade, baseado nas várias versões do anúncio Coca-Cola for Everyone, para cujos vídeos encontram os links no início da barra lateral direita. Com o que já sabem sobre problemas e estratégias de tradução, sirvam-se deste espaço para comentar mudanças que achem significativas entre as várias emissões do anúncio.

terça-feira, 1 de março de 2011

Aula 03/03: Estratégias de Tradução, por Chesterman e Wagner, 2002



No texto de Chesterman e Wagner, “How do I get there?”, são-nos apresentados diferentes problemas, com diferentes soluções, que podem surgir durante a actividade tradutória, sendo estes problemas de pesquisa, de bloqueio e textuais. Chesterman debruça-se essencialmente sobre os problemas textuais, que consistem em dificuldades com partes especificas do texto, metáforas, perguntas retóricas, expressões idiomáticas, entre outras dificuldades, sendo algumas estratégias o uso de notas de rodapé, neologismos e estrangeirismos. 
As estratégias globais referidas no texto são: a Adaptação que consiste no adaptar o texto à CC, apagando qualquer ligação ou referencia à CP; a Estrangeirização na qual se mantêm intactas as referencias à CP; a Simplificação que consiste na simplificação de linguagem técnica; a Explicação que é o acrescentar notas, explicar conceitos desconhecidos e siglas – note-se que se trata de um esclarecimento paratextual (i. e., através de mensagens que são indicadas como não fazendo parte do TP) e não de uma facilitação dentro do texto; a Condensação que consiste no sintetizar da mensagem principal; a Tradução Literal que visa mostrar o que diz o TP da forma mais intransigente possível. Existe uma hierarquia entre estas estratégias globais, na qual a Adaptação engloba a simplificação e a condensação e a Estrangeirização utiliza a explicação e a tradução literal.
As estratégias sintácticas que possam ser necessárias aplicar numa tradução de uma receita de cozinha para uma publicação portuguesa específica podem ser a tradução literal (ex.: peel the potatoes/descascar as batatas), os empréstimos (ex.: take-away service/ serviço de take-away), a mudança de unidade (ex.: this is easy to cook/ isto cozinha-se com facilidade(alteração de morfema).
Diversos dos exemplos presentes na imagem, como o problema da Coca-Cola, da Honda e da campanha do EUA, foram solucionados através da paráfrase, de modo a manter o objectivo da campanha, mas adaptando a linguagem e significados à CC. O exemplo da Coca-Cola pode ao mesmo tempo ser considerado uma “filtragem cultural” por adaptar o uso de fonemas para reproduzir o nome da marca, acrescentando ainda uma estratégia semântica, em que se muda da figura de estilo da aliteração para a metáfora / imagem (mudança de tropo).
As estratégias pragmáticas de filtragem cultural, alteração de explicitação e alteração de informação têm dois pólos de concretização, um dos pólos é fazer acrescentos ao texto, o outro pólo é omitir partes do texto. Na filtragem cultural isto acontece porque, por vezes, é preciso mudar os termos específicos da CP para adaptá-los à CC ou usarem-se estrangeirismos; na alteração de explicitação pode-se explicar o que está implícito no texto se não for informação partilhada pela CC ou pelo contrário omitir e esperar que o leitor deduza caso seja algo comum a ambas as culturas; na alteração de informação pode-se introduzir texto que é relevante para o leitor e não existe no texto de partida ou omitir informações irrelevantes para a compreensão do texto.
Trabalho de Frederica e Nuno 

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Análise do Texto "Translation: A Cultural Semiotic Perspective" de Gideon Toury


 A vosso pedido, e para colmatar utilização caótica do quaro, aqui vai em versão digital uma súmula da aula sobre Toury. Podem aproveitar agora para expor as vossas dúvidas e acréscimos na caixa de comentários. 

Cultura, de uma perspectiva semiótica, considerada como a correlação funcional de diferentes sistemas de signos tornando significativa a comunicação numa comunidade (= sistema)

O que é uma entidade semiótica?
Uma mensagem / texto / conjunto de signos que partilha do mesmo código e de um conjunto de pressuposições comuns entre emissor e receptor.

O que é um sistema semiótico?
Actividade humana que regula e é regulada pelo funcionamento de uma ou vária(s) entidade(s) semiótica(s)

O que distingue o processo de tradução enquanto actividade semiótica – o facto de a transferência entre entidades semióticas ser inter ou trans-sistémica (cross-systemic)

Tradução
-       processo (traduzir): transformação de uma unidade semiótica noutra entidade que pertence a outro sub-sistema (código) ou sistema
-       potencial (traduzibilidade): grau de intercâmbio entre duas entidades semióticas mediante determinadas condições/ condicionantes de equivalência
-       produto (tradução): entidade que só pertence a um sistema semiótico, o de chegada, embora pressuponha outra entidade noutro sistema e uma equivalência factual entre elas

Traduzir
processo de 4 fases: (p. 1129)
-       decomposição em características (análise do TP)
-       selecção das caracerísticas a ser traduzidas
-       transferência das características relevantes entre fronteiras semióticas
-       recomposição da entidade resultante, atribuindo-lhe o mesmo ou outro conjunto de características relevantes

p. 1132 – traduzir como processo irreversível

critérios que determinam tipos de processo des tradução:

-       natureza do destinatário que se torna emissor (TA ou TH)
-       meio ou canal de comunicação (tradução, interpretação, legendagem, dobragem, consecutiva, simultânea)
-       tipos de mensagem (literária, técnica, bíblica, folclorista, jornalística, científica)
-       relações entre TP e TC (trad. literal, documental, parafrástica, interpretativa, parcial, instrumental...)

Traduzibilidade (condicionantes ou leis da traduzibilidade, p. 1130
-       possibilidade de reestruturar as características da entidade inicial depende da posição relativa entre línguas e culturas, mas também do que se considera a “core invariable” a ser mantida no processo de transferência
-       diferença de canais reduz traduzibilidade inicial
-       universais culturais dependentes de traduzibilidade: intromissões modelares da LP na LC, fazendo variar as condições de traduzibilidade inicial; traduzir de um sistema mais desenvolvido para outro mais primitivo envolve redução ou simplificação; traduzir de um primitivo para um mais desenvolvido envolve complexificação

p. 1138-1139, leis da traduzibilidade. É alta;
- entre pares de línguas próximos / da mesma família
- quando existe contacto entre os pares de línguas
- quando existe paralelismo de evolução cultural
- quanto mais restrito o tipo de informação
- quando existe estruturação e hierarquização semelhante nas duas línguas do par

Tradução
p. 11136 tudo o que é aceite como tradução na perspectiva da CC
logo, envolve pseudo-tradução – textos originais aceites como textos traduzidos pelos seus destinatários

normas que governam a equivalência em tradução: aceitabilidade ou adequação (p. 1138)


Toury apresenta um novo modelo tradutório, no qual, introduz uma extensão de terminologias associadas à semiótica. Este trabalho incide na significação desses mesmos termos semióticos. Para o autor, a perspectiva sócio-cultural que subjaz à acepção “semiótica da cultura” visa o contexto sócio-cultural do TC. A semiótica cultural abrange todas as actividades humanas nos seus intercâmbios, processamentos de informação e cultura, formando-se assim uma correlação funcional entre sistemas de signos, que torna significativa a situação de comunicação numa comunidade. Segundo Toury o aspecto distintivo da tradução enquanto actividade semiótica é o facto de operar entre sistemas, ser inter-sistémica. O autor refere que a utilização de “factos” tradutórios isolados pode não ser suficiente para efectuar uma tradução, tendo que se fazer uso de um estudo interdisciplinar, alargado a toda a experiência humana e a todos os aspectos sociai e culturais subjacentes ao TC e TP, para que seja possível um conhecimento dos signos, obtendo se assim uma melhor tradução.
Para Toury entidade semiótica é a mensagem que se pretende transmitir inserida num sistema semiótico. Toury Caracteriza também sistema semiótico como sendo um sistema de símbolos, como por exemplo: código morse, alfabeto latino, numeração árabe, linguagem binária, Braille, etc.
Considera-se um texto uma tradução quando se transfere o núcleo central de um sistema semiótico, ou seja, a mensagem, para outro sistema semiótico, e este é aceite pela comunidade para o qual é transferido como sendo uma tradução. Pseudo-tradução acontece quando uma obra original é apresentada como tradução.
Para Toury, o processo de tradução é o acto que engloba a miríade de operações realizadas para transferir a entidade de um sistema semiótico para outro, enquanto o produto de tradução é o resultado deste acto, a entidade semiótica aceite como tradução no sistema semiótico de chegada.
 Toury refere que a traduzibilidade é parte integrante do processo de tradução. A traduzibilidade pode ser condicionada perante o que se escolhe como invariante na entidade semiótica, e quando existe mudança ou não de canal durante a transmissão da mensagem, e será mais elevada mediante estas cinco condições;
·       1) A traduzibilidade é alta quando um par de linguagens é do mesmo tipo ou família linguística;
·       2) A traduzibilidade é alta quando existiu uma evolução cultural em linhas paralelas, mesmo quando não existiu contacto directo;
·       3) A traduzibilidade é alta quando existe contacto entre duas línguas, mesmo que não sejam do mesmo tipo;
·       4) A traduzibilidade é alta quando existe apenas um tipo de informação a ser traduzida, e diminui com a existência de outros tipos de informação e/ou com o grau de complexidade da informação dentro do texto;
·       5) A traduzibilidade é alta quando a diferenciação sistémica intrínseca (dialectal, registo, estilística) produz valores semelhantes.
Os universais culturais recorrentes das condições de traduzibilidade são; a intromissão modelar, e a simplificação, explicitação ou maior grau de sofisticação decorrentes da posição relativa entre sistemas, ou seja, se o sistema for mais desenvolvido ao passar para outro sistema menos desenvolvido poderá ser compactado, ou até perder informação. Por outro lado, se a mensagem a transmitir partir de um sistema primitivo para um outro complexo, a mensagem tende a ser também mais complexa.
As normas fundamentais que governam a “equivalência” de entidades semióticas na tradução são; a Adequação, quando a tradução estás mais próxima do texto de partida; e a Aceitabilidade quando está mais próxima do texto de chegada.
Expressões presentes no texto que nos suscitaram duvidas;stylistic comparee”, deduzimos que seja comparações de estilos entre as diversas semióticas; umkodierung, que pensamos que seja descodificar
Telma Lal e João Grilo